Intercâmbio de Jovens – Gestão 2001/2002

A Busca da Paz pela Amizade entre os Povos

Conheçam alguns detalhes da estada do nosso querido Rodrigo, filho do companheiro Ademir, que muito bem representou o Rotary de Pinhais na Suécia, pelo período de 01 (um) ano, através do Programa de Intercâmbio de Jovens.
Vale a pena ler.
Destacamos que o Programa de Intercâmbio do Rotary International, desenvolvido com a participação de jovens e famílias de todo o mundo, não é apenas uma forma de turismo ou aprendizado, mas sim um importante instrumento na busca da Paz Mundial. Quanto mais os povos se conhecerem, menor será o risco de discórdia entre si.
Meu nome é Rodrigo, tenho 18 anos, e morei no ano de 2000 na Suécia.
Escreverei aqui um breve resumo, de como foi meu ano naquele país Escandinavo.
Fiz intercâmbio através do Rotary, patrocinado pelo Rotary Club de Pinhais e recebido pelo Rotary Triangeln em Malmö (extremo sul da Suécia). Saí do Brasil no dia 16 de Janeiro de 2000. Depois de trocar de avião em São Paulo e em Lisboa, finalmente cheguei ao meu destino (ou , ao menos, perto dele). Desembarquei em Copenhagen, a linda capital dinamarquesa. Conforme o esperado, dois membros da minha família anfitriã (meu “pai”e minha “irmã”) me receberam. Não tinha a mínima ideia de como era perto os dois países. Pegamos uma balsa e em alguns minutos já estávamos na Suécia.
No começo foi muito difícil. Tudo era totalmente diferente do Brasil, a começar pelo clima, cultura, língua e comida.
O clima era muito frio. Era inverno e fazia mais ou menos 1 grau durante o dia, e de noite alcançava cerca de 10 graus negativos! Com esse clima as pessoas se tornam mais frias, as únicas coisas que eles faziam era: estudar e trabalhar. Ninguém saía ou conversava na rua. O sueco (língua sueca) é bastante complicado, principalmente com as letras especiais (ä, ö, å). Eu tive muitos problemas com a primeira família. No começo eles eram muitos simpáticos, mas depois começou a ficar horrível. Não me refiro a família em geral, mas principalmente ao “pai”, que era húngaro (criado na época socialista). Fiquei 3 meses com essa família até o dia que não consegui mais suportar, então saí de lá.
Mais tarde o Rotary Club descobriu que o meu primeiro “pai” era desequilibrado mentalmente, razão pela qual foi expulso do Clube. Fui para a casa de um rotariano que aceitou a me receber provisoriamente, até que eu mudasse definitivamente para a minha segunda família anfitriã. Com o Leif (nome do meu segundo “pai”), eu comecei a conhecer realmente a cultura sueca (porque até então eu tinha ficado com uma família húngara, que falava húngaro!). Foi bom para começar a aprender o idioma e aquela cultura fascinante. Talvez a parte negativa (que agora eu acho que foi mais uma parte positiva), foi o fato de que ele morava sozinho , e eu tinha que fazer tudo por minha conta (passar, lavar minhas roupas, limpar meu quarto, cozinhar, comprar a comida, e tudo mais). Até meus móveis eu tive que fazer, pois meu quarto não possuía mobílias.
No verão, os suecos mudam totalmente, da água pro vinho !!! Nem parece que eram os mesmos. Ao passo que no inverno eles são muito fechados e só estudam, no verão eles são muito comunicativos e abertos. Todos os dias as ruas do centro estão lotadas e todos ficam nos barzinhos, parques e na praia.
Nesse período (quando chegaram as férias), eu “trabalhei” 2 semanas em um restaurante de Malmö, a convite da proprietária que era rotariana. Fui convidado para aprender a fazer pratos típicos da Suécia.
Grande parte das férias eu passei viajando. Era o chamado “Europe Ramble Tour”, uma viagem com todos os intercambistas rotário da Suécia, com o intuito de conhecer alguns países da Europa. Conhecemos Bélgica, Alemanha, França, Mônaco, Itália, Áustria e República Tcheca. Foi a melhor viagem da minha vida, pois lá fiz muito bons amigos de todas as partes do mundo.
Chegando da viagem, troquei mais uma vez de família. Para a família Karlsson. Uma família sensacional, desde o primeiro até o último dia . Tinha meu “pai” ( Lars ), “mãe” (Lena), 2 filhos e 1 filha, todos adotados da Coréia do Sul. Uma semana depois da minha chegada, a filha foi fazer intercâmbio na Índia e logo depois chegou mais um intercambista para morar conosco, César (da Argentina).
Em toda minha estadia nunca tivemos uma briga sequer (não sei como). Todos, principalmente Lars, estavam muitos felizes todos os dias. Em julho chegaram muitos intercambistas em Malmö, o que foi muito bom porque nós todos éramos muito amigos e sempre saíamos e viajávamos juntos.
Ao longo do ano tive muitas viagens patrocinadas pelo Distrito que eu estava. Fomos à Oslo (Noruega), Estocolmo, e muitos outros lugares. Com minha família (terceira família) viajei ainda pra Noruega, Dinamarca, Alemanha e muitos lugares na Suécia, sem contar os “passeios” à Copenhagem, pois em Julho foi inaugurada a maior ponte do mundo que ligava Malmö (Suécia) à Copenhagen (Dinamarca). Custava mais ou menos R$ 10,00, para atravessar, e levava uns 20 minutos.
Esse ano foi realmente o melhor. Além de aprender outros idiomas (como espanhol, sueco e inglês), aprendi a enfrentar meus problemas, ser responsável e principalmente dar mais valor aos amigos e familiares.
A parte mais difícil do ano, não foram os problemas, mas sim dizer adeus a todas as pessoas que conheci. Muitos amigos que provavelmente eu nunca verei de novo. Amigos que sempre estiveram lá comigo, nos problemas, nos momentos alegres, nas viagens, e em tudo mais. Mas, eu sabia que um dia eu teria que voltar, então, no dia 16 de Dezembro, novamente fui à Copenhagen para pegar meu voo. Me despedi de alguns amigos e de minha família.
Cheguei em São Paulo depois de 20 horas. Pra variar um pouco, o aeroporto estava um caos. Perdi meu voo pra Curitiba, tive que comprar outra passagem. Vinte e cinco horas depois da minha saída, desembarquei em Curitiba, onde fui recebido pela minha família e amigos.
É um sentimento incrível reencontrar seus pais e familiares depois de quase 1 ano!!!
É muito bom estar de volta em casa, no Brasil; mas se um dia eu tiver a oportunidade de voltar à Suécia com certeza eu voltarei!
Seja bem-vindo Rodrigo. Seu retorno muito agradou ao seu pai, familiares e amigos.
Sentimos sua falta, mas certamente sua viagem foi de grande valia para seu crescimento pessoal, bem como para nossa jornada rotaria em busca da paz mundial.